Disse Abdullah a Alá: "Então pá, já sou presidente, estás contente?" e Alá pediu impaciente: "Opá, deixa-me cá beber o meu chá!". Abdullah sussurrou: "É para já!" e fez-se um silêncio profundo. Depois, querendo meter a colher, disse Alá a Abdullah: "Olha lá, que é feito do véu da tua mulher?" e Abdullah olhou para o céu, depois para Deus e respondeu: "Deixa lá a mulher e o seu véu. O presidente aqui sou eu!". "Mas eu é que sou Deus", respondeu Alá com cara má. "Aaaaaahh", exclamou Abdullah e enterrou-se caladinho no sofá. Disse Alá: "Anda lá, Abdullah, dá-me cá o véu! Tanto na terra como no céu, tudo é toma lá, dá cá!". Abdullah ficou sem ar e disse para o seu crachá: "Assim não dá!". Mas não há discussão possível com Alá. "E para que queres tu o véu?", lá perguntou Abdullah. E Alá recostou-se no sofá como um paxá e respondeu: "Do véu farei um chapéu do tamanho do céu para tapar os olhos dos ursos e abafar soluços. E tu, Abdullah, enfiarás o barruço". Abdullah tinha apanhado um grande susto, mas logo ficou contente por ser presidente e andar de barruço.