sábado, 2 de julho de 2022

Prémio Llibreter 2022

Uau! O meu ego estava a precisar deste afago! 

Larguei a minha fastidiosa vidinha de matrona teletrabalhadora e fui numa missão secreta a Barcelona receber o Premio Llibreter 2022 na categoria de literatura infantojuvenil estrangeira. 

À saída de Bruxelas, com a pressa e a emoção, esqueci-me dos óculos e da escova de cabelo, mas lá fui muito feliz, míope e descabelada para a capital da Catalunha.

Durante as 32 horas em que lá estive, dei três entrevistas, visitei quatro livrarias, recebi um óscar (ver foto), fiz um discurso para uma plateia de 300 pessoas, bebi cava, comi tapas, posei horrivelmente para centenas de fotos, vislumbrei a Sagrada Família a partir da janela de um táxi, não visitei o parque Güell, não comi churros, nem sequer vi o mar, mas estive na conversa com uma grupeta de leitoras altamente, abracei muitos livreiros, autores, editores, professores, leitores e até jornalistas, comprei bastantes livros, encontrei a Mary John em todas as esquinas, assinei uns quantos exemplares e dormi uma noite inteira.




As pessoas perguntavam-me a toda a hora se estava cansada. Eu respondia que esta pausa era um descanso na minha existência doméstica e despertava em mim a pessoa que ainda sou. 

De volta a Bruxelas, e depois de adormecer dois dos três meninos carentes, envio um abraço a todos os nomeados de todas as categorias e também a todas as vencedoras (sim, sim, todas mulheres!), com especial destaque para as compatriotas Rita Sineiro e Inês Castel-Branco (AKIARA books), premiadas na categoria de álbum ilustrado estrangeiro.

E antes que este dia acabe e se transforme num sonho, lanço um enorme obrigada ao Grémio de Livreiros, aos super-livreiros da Catalunha, à tradutora Mercè Ubach (que não tive o prazer de conhecer) e à incansável equipa de L'Altra Tribu: à sempre disponível, afetuosa e guapíssima Marina Llompart, que me acompanhou todo o tempo cheia de cuidados e profissionalismo, à mui embarazada, vistosa e veloz Vanessa Moreno, que não vive bem sem vinho e me ensinou um truque importante para ficar menos mal nas fotos, e à la mega sexy boss Eugènia Broggi (ver foto), com quem troquei ideias sobre literatura e maternidade. 

Fui tratada como uma autêntica abelha rainha, digo-vos. A minha alma parece um pote de mel. 

Partilho este prémio evidentemente com o selvático Bernardo P. Carvalho, que fez da Mary John um livro que é um estrondo, e com a editora Planeta Tangerina, em especial com a maga Isabel Minhós Martins, que me fez repensar e rescrever este livro e me empurrou há muitos anos para este salto que me tem levado a tantas aventuras.

Escrever é um trabalho muito solitário, é verdade, mas quando corre bem, traz consigo uma caravana de gente mui chula. Fogo!

Obrigada, vidinha!