O filho diz à mãe: "Tenho mais fome que barriga!" e a mãe corrige-o. O menino não percebe como é possível ter-se mais olhos que barriga e está na idade dos porquês, por isso pergunta: "Porquê?". A mãe explica que, quem tem mais olhos que barriga come mais com os olhos do que com a barriga. O menino fica chocado, estava realmente convencido de que só se podia comer com a boca. Pergunta: "Como é que se come com os olhos?" e a mãe ri-se. "Quem tem mais olhos que barriga, tem olhos muito maiores do que a barriga, ou seja, tem mais vontade de comer do que fome". O menino olha para o seu umbigo e imagina-se com olhos maiores do que a barriga. Pensa: tinha de ter olhos enormes para serem maiores do que a barriga. Assustado com o pensamento, quer saber: "E quem tem mais olhos que barriga?". A mãe diz com um ar dramático: "O lobo mau". Riem-se os dois e a mãe explica: "De vez em quando, toda a gente tem mais olhos que barriga!". Com a ajuda dos dedos, o menino abre muitos os olhos e espreita o seu reflexo no vidro. Não, não tem olhos maiores do que a barriga. O menino parece mais aliviado. Depois olha para a barriga da mãe e fica com medo. Pergunta: "De vez em quando também tens mais olhos que barriga?" e a mãe responde divertida que sim. O menino quer saber quando, mas a mãe não sabe dizer. "E o pai gosta de ti na mesma?". A pergunta surpreende-a, provoca-lhe risadas, é a vez de a mãe perguntar "Porquê?". O menino encolhe os ombros e diz: "Não sei! Com essa barriga tão grande, deves parecer um monstro!".