Terça-feira, dia oficial das séries.
Estreia hoje a série "Western revisited".
Estreia hoje a série "Western revisited".
Acendi a luz e tive a certeza: vi esta manhã Lucky Luke.
A bem dizer, não o vi: na parede branca do quarto estava apenas a sua sombra. Portanto corrijo: esta manhã quase vi Lucky Luke. A parede enorme e ele alinhado ligeiramente à direita, um lenço esvoaçando no pescoço. Trazia o mesmo chapéu de abas largas, o cano da pistola ladeando a perna em arco. Estávamos frente a frente e ouvi ao longe uma harmónica de sopro.
Fechei os olhos e depois a luz. A música calou-se.
Depois reacendi o candeeiro e lá estava ele espelhado na parede, a arma ainda arrumada no cinto, os braços afastados do corpo como quem se prepara para o voo.
De repente ouvi um tiro e pensei que morria.
Mas não, Lucky Luke não se tinha mexido: a pistola junto à cintura, os braços ainda suspensos. E no entanto, inexplicavelmente, assaltou-me a dor da morte.
Olhei para mim: no centro do corpo um furo muito redondo. Gritei um grito de vida e o sangue saiu inteiro com as palavras. Vi-o ainda contra a parede, o chapéu impecável e as botas muito assentes no chão. A arma ainda em repouso. Misteriosamente.
Só então me lembrei. Lucky Luke, sempre mais rápido do que a própria sombra.
A bem dizer, não o vi: na parede branca do quarto estava apenas a sua sombra. Portanto corrijo: esta manhã quase vi Lucky Luke. A parede enorme e ele alinhado ligeiramente à direita, um lenço esvoaçando no pescoço. Trazia o mesmo chapéu de abas largas, o cano da pistola ladeando a perna em arco. Estávamos frente a frente e ouvi ao longe uma harmónica de sopro.
Fechei os olhos e depois a luz. A música calou-se.
Depois reacendi o candeeiro e lá estava ele espelhado na parede, a arma ainda arrumada no cinto, os braços afastados do corpo como quem se prepara para o voo.
De repente ouvi um tiro e pensei que morria.
Mas não, Lucky Luke não se tinha mexido: a pistola junto à cintura, os braços ainda suspensos. E no entanto, inexplicavelmente, assaltou-me a dor da morte.
Olhei para mim: no centro do corpo um furo muito redondo. Gritei um grito de vida e o sangue saiu inteiro com as palavras. Vi-o ainda contra a parede, o chapéu impecável e as botas muito assentes no chão. A arma ainda em repouso. Misteriosamente.
Só então me lembrei. Lucky Luke, sempre mais rápido do que a própria sombra.