Era uma vez uma bruxa má que queria ser boa. Tinha um sonho em que era assim: muito boa, muitíssimo boa. Nesse sonho, o seu rosto não era tão feio nem tão severo, parecia até mais leve e feliz, e portanto, mais novo, mais bonito. Quando acordava, a bruxa má queria ser verdadeiramente boa, chegava mesmo a ter boas intenções, boas ideias, boas maneiras. E fazia planos concretos para praticar o bem na floresta e trazer a felicidade aos homens, aos animais, aos frutos, às árvores e ao rio, que eram tudo quanto conhecia no mundo. Mas infelizmente, mal se levantava da cama, a bruxa era má, profundamente má, pior que as cobras e os lagartos. Batia nos animais, arrancava cabelos às árvores, cozinhava coisas malignas num enorme tacho, rogava pragas a certos homens e ria-se poderosa, soltando a sua maldade para o mundo.
Ora, certo dia, passou pela floresta um monge que montava um cavalo branco. Ia a caminho do seu mosteiro, mas infelizmente nunca o monge chegou ao seu destino, porque à sua frente surgiu a bruxa má que queria aprender a ser boa. O monge disse, Eu te ajudarei a seres boa, mas, assim que o homem bom desceu do cavalo branco, a bruxa má transformou-o num esquilo, ficando-lhe com a sua veste negra de monge cristão, que muitíssimo bem servia para indumentária de bruxa má.
Ora, certo dia, passou pela floresta um monge que montava um cavalo branco. Ia a caminho do seu mosteiro, mas infelizmente nunca o monge chegou ao seu destino, porque à sua frente surgiu a bruxa má que queria aprender a ser boa. O monge disse, Eu te ajudarei a seres boa, mas, assim que o homem bom desceu do cavalo branco, a bruxa má transformou-o num esquilo, ficando-lhe com a sua veste negra de monge cristão, que muitíssimo bem servia para indumentária de bruxa má.
Arrependida do seu acto, a bruxa má, que tanto queria aprender a ser boa, pediu desculpa ao esquilo, mas este desatou a correr pela floresta e desapareceu. O cavalo também tentou fugir mas, ao contrário do esquilo, que era pequeno e castanho, via-se bem ao longe, por isso a bruxa má apressou-se a lançar-lhe um feitiço, que era o de nunca mais relinchar. O cavalo ficou mudo para sempre. A bruxa má atirou então a sua gargalhada furiosa e voltou para casa.
Mais tarde, enquanto preparava alguns legumes no seu wok, a bruxa má teve pena do cavalo e ficou chateada consigo própria por lhe ter tirado a voz. Para mal dos seus pecados, já não havia nada a fazer, dado que os seus feitiços, por serem tão cruéis, não tinham emenda.
Encolheu os ombros e comeu em silêncio. Não propriamente triste. Não propriamente alegre. Talvez ligeiramente desconfortável por ser tão má.
Encolheu os ombros e comeu em silêncio. Não propriamente triste. Não propriamente alegre. Talvez ligeiramente desconfortável por ser tão má.
Moral da história: O ser tem muita força. O querer não tem tanta. Na vida ganha o mais forte. Conforme dita a natureza.