com segredos dentro.
Esta história começa no momento em que um segredo, estando ele secretamente segregado há muitos anos numa caixa de madeira, vê as portas do céu abrirem-se (na verdade era só a tampa da caixa de madeira) e dá de caras com o Sol (coisa amarela e nunca vista).
O segredo nunca dantes segredado, virgem de conhecimento, salta cheio de sede para a vida e, quando cai, para mal dos seus não pecados, dessegreda-se. Isto é, parte-se no mundo em mil pedaços. São agora mil segmentos de segredo e a essência perde-se no caminho, deixa de ser.
O segredo passa então a coisa de segunda, a coisa nenhuma, a coisa sabida, experimentada, corrompida. Já não é.
Um segmento de si tem uma certa saudade do todo, mas já não sabe quem era. Uma saudade desnecessária, desamparada, dessegredada. Um sentimento esquisito. Periférico. Merecido.
Um segmento deveras português.