Ah, que engraçado. O período chegou agora mesmo, no dia da mulher. Penso nesta coincidência: a condição feminina por dentro e por fora.
Ontem comprei chocolate e também pensos e tampões.
Há quem use só tampões. Há quem use só pensos. Eu uso os dois.
Desculpa, planeta.
Penso nas mulheres que não têm acesso a pensos higiénicos nem a tampões. É que não são poucas. São muitas. 800 milhões de raparigas e mulheres, parece. No Uganda, na Etiópia, no Quénia, no Nepal, mas também nos Estados Unidos, na Austrália, no Reino Unido.
A Escócia quer tornar gratuito o acesso a pensos e tampões.
É que não é nada barato ser mulher.
Também não é nada ecológico. As pilas são mais amigas do ambiente.
A menstruação não é verde. É vermelha.
Penso nisto todos os meses e nunca faço nada para tornar o meu útero mais sustentável.
Ainda não consegui adotar o copinho de borracha, perdoem-me. Encomendei-o há anos, mas nunca o usei.
Era preciso esvaziar o copo e lavá-lo de X em X horas. Não percebo como poderia isso funcionar na casa de banho do trabalho ou numa casa de banho pública. Mesmo em casa, com bebés a entrar pela casa de banho a toda a hora.
Foto da Me Luna |
Compro fruta da época, legumes biológicos, reciclo, reutilizo, uso sacos de pano, mas compro pensos higiénicos e tampões todos os meses.
Tentei as cuecas Thinx e não gostei. Sangue, odor e desconforto.
Desculpa, planeta. Lido mal com o meu próprio corpo. (Cá está uma frase feminina até ao útero.)
Aposto que a Greta usa um copo. Ou então pensos de pano.
Um copo resolve sempre muita coisa. Neste caso, talvez seja a solução para tornar o período mais ecológico e também mais acessível. Não sei.
Bom dia da mulher, gajas! E bom período.