domingo, 1 de novembro de 2020

Sean Connery

 Uma vez perguntei a uma amiga búlgara se, na sua infância, também via o 007. 

Ela olhou para mim em choque: “Claro que não. O James Bond era o inimigo!” 

Nesse momento apercebi-me de uma forma bastante óbvia de que estamos sempre de um lado da história e que esse lado implica forçosamente a existência de pelo menos um outro lado. 

No meu mundo, o 007 será sempre o herói.

Vi e revi com o meu irmão e com os meus pais muitos filmes do James Bond, sobretudo os que tinham o escocês ao serviço de Sua Majestade. 

Sean Connery será sempre o pai do Indiana Jones, o frade detetive em “O Nome da Rosa”, mas acima de tudo o 007.

De todos os filmes gosto em particular do Doctor No por causa daquela ilha misteriosa. O meu pai também gosta do Doctor No, mas é por causa da Ursula Andress. Inesquecível aquele encontro na praia, ela a cantar “Underneath the mango tree”.




Morreu um dos meus heróis. Espero que ele esteja algures nesse além desconhecido ao som de uma bela banda sonora, deitado com a sua elegância eterna à sombra de uma árvore qualquer.