Há uns tempos, numa certa tarde de inverno, o meu filho mais velho apontou para o candeeiro da sala, que estava aceso, e disse: “A luz é grande”.
Virei-me para ele mas nem o vi, encandeada que estava com a luz e também com aquelas palavras.
O meu filho tinha dois anos e aquela era a sua primeira frase.
Comecei então a tomar nota dessas construções iniciais e diverti-me a compor um texto: O buraco é escuro. O chão está sujo. Não está ninguém.
Algumas frases eram mais longas que outras. Algumas até rimavam: É uma flor amarela. É uma cancela.
Passados vários invernos e vários verões, estas frases foram parar ao colo da Joana Estrela, que escolheu trabalhá-las em guache, essa tinta macia e espontânea que irrompe diretamente da infância.
O resultado é um álbum muito meloso e sincero, sem malícia nem artifícios, mas cheio de mundo e promessa. Tal como as primeiras frases.
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