Nos últimos tempos dou de caras com o Mads Mikkelsen todos os dias. Está sentado à minha porta, vestido de preto e de perna cruzada.
Eu assusto-me quase sempre: dou um gritinho e levo a mão ao peito.
É que o Mads Mikkelsen provoca em mim um certo respeito e também acentuado fascínio. Seja como vilão do James Bond, seja como amante da rainha.
Saio de casa e olho para ele, ele olha para mim. Traz um sorriso matreiro pendurado nos lábios, como se soubesse tudo sobre os comuns mortais, eu incluída.
Eu sigo em frente e ele fica para trás, na sua poltrona profunda.
Há qualquer coisa intrigante e espicaçante no Mads Mikkelsen. Tem cara e nome de louco. E uma voz profunda, de assustar os corvos.
O que faz o Mads à minha porta?
Não-sei-quê de mobília escandinava. Estou-me nas tintas para a mobília escandinava.
De qualquer forma, agradeço o cartaz em tamanho real.
Nada me põe mais mad do que ver o Mads logo pela manhã.
Dá-se-me logo a espertina.