Ui. Estou emocionada até à pontinha dos cabelos. Ontem estive em Almada para receber o Prémio Literário Maria Rosa Colaço, este ano dedicado à Literatura Juvenil. O meu novo texto juvenil chama-se "Aqui é um bom lugar" e não é um romance nem uma novela. É um conjunto de reflexões curtas e lacónicas da Teresa Tristeza, uma moça de 17 anos que, ao longo do 12.o ano, escreve um diário gráfico. O livro está já nas mãos da supergigante Joana Estrela e deve chegar às livrarias em abril de 2019 às cavalitas do sempre astronómico Planeta Tangerina. Tão tão tão nice.
domingo, 28 de outubro de 2018
quarta-feira, 17 de outubro de 2018
Uma bagunceira que eu sei lá
Olho para a minha casa. Uma bagunceira que eu sei lá. Tudo tão fora do sítio, tudo tão sem nexo.
Um casaco na casa de banho. Uma chupeta no bolso. Um papel no chão.
Entro no quarto e apanho o meu reflexo no espelho. Toda eu uma desordem completa.
Pego no papel que anda pelo chão: uma lista de coisas que nunca cheguei a fazer. Não sei onde largar o papel, por isso deito-o no lixo.
Brinquedos espalhados pela sala. Ideias espalhadas pela cabeça. Roupa pendurada nos estendais. O meu cansaço pendurado nas cadeiras. O secador de cabelo em cima do armário. Um par de meias em cima da secretária. Uma toalha em cima da cama. Um coelhinho debaixo do sofá. E os livros. Livros na mesa de jantar. Livros na cómoda do quarto. Livros empilhados no chão. Uma pilha de livros muito mal empilhada, a bem dizer. Não tarda caem. Uma caixa de lenços vazia. Um pacote de leite vazio.
Sacos de roupa emprestada. Sacos de roupa para emprestar. Sacos de coisas para a cave. Sacos de coisas para o lixo. Tanta tralha. Ao fundo, uma mochila olha para mim desanimada, encostada à parede. O rato Mickey está para ali tombado para o lado com as suas mãozinhas insistentes. As plantas cheias de sede. O meu filho cheio de ranho. Eu cheia de sono. O meu cabelo tão fora do controlo, tão desgovernado, coitado. Eu sou uma balbúrdia por dentro e por fora.
Ainda assim, ao longe, no fim da tralha, no fim de tudo, há sempre aquela esperança. Uma esperança pequenina largada a um canto. Uma esperança, também ela, desordenada. Com uma voz muito fininha. A dizer baixinho: um dia havemos de dar a volta a isto. Eu, ele, nós, eles.
Quem sabe. Talvez. Quiçá. Um dia destes. No fim de semana. Ou então na próxima semana. Ou nos feriados de novembro. Num futuro próximo, decerto. Mas hoje não. Hoje olhei para a escultura minorca que mora em cima da lareira e fiz como ela.
Fechei os olhos a esta balbúrdia e fiquei por aqui a escrever sobre isso. A escultura chama-se "Preguiça" e vem assinada: J. R. Não faço ideia quem seja esta pessoa. É pena.
Um casaco na casa de banho. Uma chupeta no bolso. Um papel no chão.
Entro no quarto e apanho o meu reflexo no espelho. Toda eu uma desordem completa.
Pego no papel que anda pelo chão: uma lista de coisas que nunca cheguei a fazer. Não sei onde largar o papel, por isso deito-o no lixo.
Brinquedos espalhados pela sala. Ideias espalhadas pela cabeça. Roupa pendurada nos estendais. O meu cansaço pendurado nas cadeiras. O secador de cabelo em cima do armário. Um par de meias em cima da secretária. Uma toalha em cima da cama. Um coelhinho debaixo do sofá. E os livros. Livros na mesa de jantar. Livros na cómoda do quarto. Livros empilhados no chão. Uma pilha de livros muito mal empilhada, a bem dizer. Não tarda caem. Uma caixa de lenços vazia. Um pacote de leite vazio.
Sacos de roupa emprestada. Sacos de roupa para emprestar. Sacos de coisas para a cave. Sacos de coisas para o lixo. Tanta tralha. Ao fundo, uma mochila olha para mim desanimada, encostada à parede. O rato Mickey está para ali tombado para o lado com as suas mãozinhas insistentes. As plantas cheias de sede. O meu filho cheio de ranho. Eu cheia de sono. O meu cabelo tão fora do controlo, tão desgovernado, coitado. Eu sou uma balbúrdia por dentro e por fora.
Ainda assim, ao longe, no fim da tralha, no fim de tudo, há sempre aquela esperança. Uma esperança pequenina largada a um canto. Uma esperança, também ela, desordenada. Com uma voz muito fininha. A dizer baixinho: um dia havemos de dar a volta a isto. Eu, ele, nós, eles.
Quem sabe. Talvez. Quiçá. Um dia destes. No fim de semana. Ou então na próxima semana. Ou nos feriados de novembro. Num futuro próximo, decerto. Mas hoje não. Hoje olhei para a escultura minorca que mora em cima da lareira e fiz como ela.
Fechei os olhos a esta balbúrdia e fiquei por aqui a escrever sobre isso. A escultura chama-se "Preguiça" e vem assinada: J. R. Não faço ideia quem seja esta pessoa. É pena.
Bocejo e deixo-me ficar nesta lerdice pegada. A máquina da roupa chega ao fim do ciclo e apita, mas eu não ouço. Eu não moro nesta casa. Estou distraída a escrever este texto.
Eu vivo de lirismo e fantasia.
Eu escrevo para arrumar a cabeça.
Para dar sentido aos dias. Para fugir.
Para existir.
Para chegar a casa.
sábado, 13 de outubro de 2018
Eu Sou Eu Sei nos Hipopótamos na Lua
O Eu Sou Eu Sei passeou-se em grande estilo no blogue Hipopótamos na Lua.
Escreve Nazaré de Sousa:
"Eu Sou, Eu Sei, Eu Dou, Eu Rei. Passo a passo, vamos tocando o mundo, conhecendo-o e descobrindo-nos. Essa é a maravilhosa aventura de ser e crescer. Aqui, expressa como um poema ilustrado. As palavras de Pessoa e os desenhos de Matoso crescem juntos nesta espécie de ABC de quem chega ao mundo. Nhec, nhec, gostamos muito!"
Ler texto completo aqui: https://hipopomatosnalua.blogspot.com/2018/10/gigantescas-pequenas-coisas-ii_10.html?m=0
Eu cof, eu choc. Eu vou, eu voo.
Escreve Nazaré de Sousa:
"Eu Sou, Eu Sei, Eu Dou, Eu Rei. Passo a passo, vamos tocando o mundo, conhecendo-o e descobrindo-nos. Essa é a maravilhosa aventura de ser e crescer. Aqui, expressa como um poema ilustrado. As palavras de Pessoa e os desenhos de Matoso crescem juntos nesta espécie de ABC de quem chega ao mundo. Nhec, nhec, gostamos muito!"
Ler texto completo aqui: https://hipopomatosnalua.blogspot.com/2018/10/gigantescas-pequenas-coisas-ii_10.html?m=0
Eu cof, eu choc. Eu vou, eu voo.
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
Tempestade de areia
Por vezes, nos dias maus,
penso naquele último episódio da Tieta do Agreste. Naquela tempestade de areia absolutamente
assombrosa que engole a cidade e as pessoas. Eu cá vi a telenovela, não li o livro. E lembro-me bem desse momento: um deserto inteiro a entrar pela minha vida dentro, a derrubar a minha infância. Um pedaço de nada a surgir do nada. E a verdade é que no final tudo
acaba. O bom e o mau. O melhor e o pior. Fica só a areia e o vento. Nos dias
maus, penso que o bom do aquecimento global é que isto vai acabar depressa.
Numa tempestade de areia ou algo assim. Entrementes, enquanto por aqui andar, vou
continuar a ouvir Caetano Veloso e a ler Daniel Galera. Espero ainda ir a tempo de pôr os pés num deserto e ler a Tieta do Agreste. Ler, acreditar, resistir. Por esta altura, a minha
esperança mais esperançosa é que, um dia destes, algum artista brasileiro escreva
um sambinha bem gostoso e democrático sobre o Bolsonaro. Sempre rima com aquela expressão: o
barato sai caro. Eu quero dançar esse sambinha em homenagem ao nordeste
brasileiro e a todas as terras a leste e a oeste em todas as regiões do mundo que vão ser
engolidas, grão a grão, passo a passo, por esta impressionante tempestade de areia.
domingo, 7 de outubro de 2018
Supergigante no México
E agora uma cena nada mortiça. No México, o Supergigante é um dos livros recomendados pela revista ActitudFEM para falar da morte com os mais novos.
Pois... Às vezes esqueço-me que este livro fala da morte. Acho sempre que ele fala da vida. Mas, a bem dizer, a morte faz parte da vida, né?
Supergigante
12 años en adelante / Ediciones El Naranjo
Ana Pessoa, ilustraciones de Bernardo P. Carvalho
Un adolescente atraviesa al mismo tiempo el peor y el mejor día de su vida: su abuelo falleció y la chica que le gusta le dio su primer beso. Entre la tristeza y el enamoramiento el chico comienza a correr sin detenerse para intentar acomodar sus pensamientos.
Una hermosa novela que te recordará tu primer enamoramiento y te llevará con su ritmo rápido de la mano de la escritora portuguesa Ana Pessoa.
(Texto de Graciela Sánchez)
Pois... Às vezes esqueço-me que este livro fala da morte. Acho sempre que ele fala da vida. Mas, a bem dizer, a morte faz parte da vida, né?
Supergigante
12 años en adelante / Ediciones El Naranjo
Ana Pessoa, ilustraciones de Bernardo P. Carvalho
Un adolescente atraviesa al mismo tiempo el peor y el mejor día de su vida: su abuelo falleció y la chica que le gusta le dio su primer beso. Entre la tristeza y el enamoramiento el chico comienza a correr sin detenerse para intentar acomodar sus pensamientos.
Una hermosa novela que te recordará tu primer enamoramiento y te llevará con su ritmo rápido de la mano de la escritora portuguesa Ana Pessoa.
(Texto de Graciela Sánchez)
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