domingo, 4 de dezembro de 2016

A culpa é da Adília Lopes

Está sol lá fora. Perguntaram-me se queria beber café às duas e meia e falar da vida. Eu disse que não me dava jeito. O meu frigorífico está vazio. Além disso, tenho de passar no oculista e na loja dos candeeiros.
Não posso continuar a escrever às escuras. E também tenho de mudar de cadeira. Doem-me as costas.
Às duas e meia não é uma boa hora para falar da vida. Toda a gente sabe isso.

Neste momento são duas e meia e ainda não saí de casa.
Podia estar a tratar da vida ou a falar da vida. Mas afinal estive para ali deitada a ler Adília Lopes.
A certa altura adormeci e depois acordei e continuei a ler Adília Lopes. No final do livro levantei-me e escrevi isto.
Não tenho sentimentos de culpa. Mas tenho alguma noção do ridículo.
Acho eu.

Tirei esta fotografia a um poema da Adília Lopes. Ficou um bocado cinzentona.
Paciência.
Isto sou eu a imitar a Adília Lopes.
Não resulta.