As minhas manhãs são difusas e nebulosas. Vou até à cozinha e espreito o dia turvo através da janela. Está embaciada ou talvez suja, não sei.
Agarro numa faca que parece mesmo uma faca e corto duas fatias de uma coisa que parece um pão. Tomo um pequeno-almoço baço e confuso.
As torradas são foscas. A manteiga é ambígua.
O café é sombrio.
Nunca ponho os óculos de manhã. É uma questão de princípio, acho.
Sou uma pessoa desfocada e obscura.
Tenho vistas curtas.
E gosto.