sexta-feira, 21 de junho de 2013

O dia mais longo do ano

Hoje, além de sexta-feira, é o dia mais longo do ano, o que à primeira vista pode parecer um gesto querido do nosso planeta terra-a-terra, mas hoje não me dava jeito nenhum. Gostava que este dia terminasse rapidinho, de preferência já de seguida, assim de repente, num ápice, agora já.
É que estou mesmo cheia de sono.
Para passar o tempo de estar acordada enquanto não posso dormir, pus-me aqui a pensar em personagens engraçadas e lembrei-me do Hugh Laurie.
O Hugh Laurie é uma boa companhia para passar um dia que nunca mais acaba.
Eu gosto do Hugh Laurie a toda a hora, sobretudo quando me aparece manco e maldisposto no sofá, agarrado à sua bengala de Dr. House.
Pronto, gosto.
Passei uma longa temporada da minha vida a ver as temporadas todas do House. Uma perda de dias curtos e longos, é certo. À superfície, os episódios são vira-o-disco-e-toca-o-mesmo: os médicos passeiam-se pelos corredores, debitam palavrasextremamentecompridas e os doentes, coitados, estão sempre para morrer. Mas isso não interessa nada ou interessa pouco.
Por mim, a série podia ser só o Hugh Laurie num cenário todo negro a dizer disparates que afinal não são assim tão disparatados e afinal não são disparates nenhuns e afinal são verdades verdadinhas. Eis o ser humano ao espelho, esta amálgama de disparates. Nunca vi personagem tão humana e desumana ao mesmo tempo. Os figurantes, assim como assim, só lá estão para fazerem figuras tristes. E também para serem maltratados pelo House, claro.
Farto-me de rir com as maldades do House. E logo a seguir fico muito séria. A vida é um assunto cómico e sério ao mesmo tempo. As pessoas não mudam, as pessoas mentem. Todos fomos screwed up pelos nossos pais. O House sabe o melhor e o pior de nós, o que é desconfortável para os nossos cérebros grandes e pesados.
No outro dia, fomos ver o Hugh Laurie ao vivo, porque o senhor também toca piano e devo dizer que o Hugh Laurie, sem o House (a sua casa), não tem metade da piada. É um ser humano como os outros, vira-o-disco-e-toca-o-mesmo.
Nos meus sonhos bons, sou maltratada pelo House e adoro sou maltratada pelo House, o que vem mais uma vez demonstrar a preferência das mulheres por homens maus.
As mulheres não mudam.
É que são todas iguais!
São, não são?
São.
Mas eu também nunca quis ser diferente. E hoje tenho ainda mais tempo para ser igualzinha às outras.
Bem bom!