Acabei o serão a falar de eleições com o mais velho.
Estávamos a ler um livro sobre um extraterrestre recém-chegado ao nosso planeta que quer falar com o dono disto tudo.
“Leva-me ao teu líder!”, diz o ET a um menino. Segue-se então um diálogo de perguntas e respostas, em que o menino vai explicando ao alien que não há propriamente um chefe, que “o nosso líder é toda a gente junta”.
O ET acha isto muito esquisito, claro. Como assim, toda a gente junta?
Às páginas tantas, fica espantado com o desfile de eleitores empunhando boletins de voto.
“- Porque estão em fila?”, pergunta o extraterrestre.
O meu filho aponta para a página ao lado, onde está uma urna aguardando os votos. Diz: “Eles vão pôr os papéis no lixo”.
Isto deu-me muita vontade de rir, de votar, de reciclar, de fazer campanha eleitoral e também de explicar ao meu filho que a democracia não é coisa para deitar no lixo. É uma coisa muito valiosa, muito frágil e absolutamente essencial.
Ele ficou a olhar para mim com aquele ar perplexo das crianças (e dos extraterrestres, imagino).
Queridos eleitores terrestres, ide votar.
Pela nossa saúde, ide votar. Pelo nosso futuro. Pelo planeta. Pela igualdade. Pela democracia.