Yáááa! 5.a edição!
A karateca está de volta. O meu absolute best-seller.
Ali estou eu, rapariga karateca, e ali estão os meus cadernos, os meus sonhos, as minhas angústias e as minhas perguntas sobre o amor, o futuro e a verdade. Ali estão também os meus pais, os meus professores, o meu irmão, os amigos, os primos, os tios, os avós.
É o meu primeiro livro, o mais ingénuo, o mais Ana.
Quando acabei de o escrever, não percebi se tinha realmente acabado de o escrever. Não percebi se aquilo era um livro ou a continuação dos meus cadernos.
Com ele ganhei o Prémio Branquinho da Fonseca. Soube da notícia num dia de chuva, depois de uma consulta de ortopedia por causa de uma lesão antiga no joelho, decorrente do Karaté. Lembro-me de entrar no táxi com as minhas canadianas, de rogar pragas à chuva e ao meu joelho, de pensar “Por que raio fiz Karaté? Por que raio não fiz antes natação ou ioga?” Nem sequer era grande karateca, nunca quis participar em campeonatos, não gostava muito de me ver com o kimono de Karaté.
No dia do lançamento do livro, estava tão nervosa que não conseguia segurar no copo de água pousado à minha frente.
Uma vez perguntaram-me que livro eu escolheria salvar, se só pudesse salvar um dos meus livros. Respondi sem hesitar que salvaria a karateca.
Foi ela que me levou ao Planeta Tangerina, onde tenho sido tão feliz na tagarelice, na labuta e na partilha com a Isabel Minhós Martins, o Bernardo P. Carvalho, a Madalena Matoso, a Yara Kono, o João Gomes de Abreu, a Joana Estrela, a Cristina Lopes, a Carolina Cordeiro, a Mariana Vale e todos os demais habitantes desse astro.
“Eu não sou menina. Nem romântica.”
É que não sou mesmo.
Topa-se, né?