Fui e voltei de Pontevedra. Entre ir e voltar, perdi um voo, passei uma noite em Madrid e cheguei ao Salón com um dia de atraso. Acelerei o passo, corri, transpirei. Não havia tempo a perder.
Tudo começou e acabou à volta de uma mesa, numa amena cavaqueira com escritores, ilustradores, professores e leitores, ao sabor de empanadas e tartas de la abuela. No Salón do Livro Infantil e Xuvenil trocaram-se muitas palavras e emoções.
Coisas que me vêm à memória: na conferência de José António Gomes cantou-se a Grândola Vila-Morena. No recital de poesia, o poeta brasileiro Henrique Rodrigues leu um poema lindo sobre a maternidade. No debate sobre revolução e escrita, o poeta galego Carlos Negro falou da inutilidade da poesia. Na sua conferência, Volnei Canonica, mediador de leitura no Brasil, falou da leitura como elemento transformador das sociedades.
No meu encontro com “A Sega”, um clube de leitura feminista, falámos de orientação sexual, sedução e menstruação a propósito da Mary John.
Dei uma oficina de escrita criativa a um grupo de doze mulheres. Porquê só mulheres? Não sei. Talvez a revolução esteja finalmente nas mãos femininas.
Volto de Pontevedra com muita vontade de ler, escrever e revolucionar.
Debaixo do braço trago, entre outras coisas, duas novelas xuvenis de Eva Mejuto e Rosa Aneiros e dois livros de poesia de Carlos Negro e Henrique Rodrigues. E no coração levo as conversas animadas com a Dora Batalim SottoMayor, a Ana Biscaia e o Henrique Rodrigues.
Obrigada, Eva Mejuto! Pelo convite, pelo entusiasmo, pelas boleias e por essa energia tão xuvenil. (Adoro este adjetivo assim, com o “x” galego. ¡Que chulo!)
Foi tão bom. Quero voltar!
Ao lado dos escritores galegos Rosa Aneiros e Carlos Negro a falar de literatura e revolução |