segunda-feira, 29 de abril de 2019
Festão monumental!
Foi tão tão tão monumental! No sábado a festinha monumental foi um mega festão numa galeria linda com um planeta lindo. Obrigada a todas as pessoas que fizeram deste dia um bom lugar!
sábado, 20 de abril de 2019
terça-feira, 16 de abril de 2019
As gárgulas de Notre Dame
A Notre Dame arde e eu penso nas gárgulas. Gosto delas como outros gostarão de santos, anjinhos e amuletos.
Os meus diabretes grotescos. A exibir ao mundo a natureza má.
Li uma adaptação do Corcunda de Notre Dame quando tinha 13 anos. O filme da Disney acabara de estrear.
Durante dias também eu era uma existência desfigurada e solitária. Vivia lá no alto da Notre Dame. E era eu quem tocava os sinos. Era eu quem vagueava pelas escadas da catedral. Os meus únicos amigos eram as gárgulas traquinas, que me segredavam coisas ao ouvido. Falavam-me de aventuras e de amor. Encorajavam-me a ver o mundo.
Segui o conselho desses pequenos demónios assim que pude. Fui a Paris pela primeira vez quando tinha 22 anos. Andava feliz e ampliada com a minha primeira máquina fotográfica. Era uma Kodak digital. Tinha um zoom bem bom.
Quando cheguei à Notre Dame, apontei a máquina às gárgulas e fiquei a vê-las. Os meus amigos malandros, diabinhos mais feios do meu coração.
A Notre Dame arde e eu penso nas gárgulas do Quasimodo. Hão de resistir ao fogo com os seus corações de pedra. Se calhar até se riem das chamas e ficam para ali a desviar a água lançada pelos bombeiros. É que as gárgulas, além de monstros travessos, também são desaguadouros. É esta a ironia do seu destino.
O tempo passa, a água corre, o fogo acaba. As gárgulas lá continuarão na sua vigília, no cocuruto da Notre Dame, a dizerem-nos que o mal existe, que o mal persiste e prossegue e avança.
Hoje vou sonhar com os meus monstros de pedra e medo. Com o seu sarcasmo lúcido e os olhos perversos.
Sempre à espreita e à espera da natureza má.
Os meus diabretes grotescos. A exibir ao mundo a natureza má.
Li uma adaptação do Corcunda de Notre Dame quando tinha 13 anos. O filme da Disney acabara de estrear.
Durante dias também eu era uma existência desfigurada e solitária. Vivia lá no alto da Notre Dame. E era eu quem tocava os sinos. Era eu quem vagueava pelas escadas da catedral. Os meus únicos amigos eram as gárgulas traquinas, que me segredavam coisas ao ouvido. Falavam-me de aventuras e de amor. Encorajavam-me a ver o mundo.
Segui o conselho desses pequenos demónios assim que pude. Fui a Paris pela primeira vez quando tinha 22 anos. Andava feliz e ampliada com a minha primeira máquina fotográfica. Era uma Kodak digital. Tinha um zoom bem bom.
Quando cheguei à Notre Dame, apontei a máquina às gárgulas e fiquei a vê-las. Os meus amigos malandros, diabinhos mais feios do meu coração.
A Notre Dame arde e eu penso nas gárgulas do Quasimodo. Hão de resistir ao fogo com os seus corações de pedra. Se calhar até se riem das chamas e ficam para ali a desviar a água lançada pelos bombeiros. É que as gárgulas, além de monstros travessos, também são desaguadouros. É esta a ironia do seu destino.
O tempo passa, a água corre, o fogo acaba. As gárgulas lá continuarão na sua vigília, no cocuruto da Notre Dame, a dizerem-nos que o mal existe, que o mal persiste e prossegue e avança.
Hoje vou sonhar com os meus monstros de pedra e medo. Com o seu sarcasmo lúcido e os olhos perversos.
Sempre à espreita e à espera da natureza má.
segunda-feira, 15 de abril de 2019
As casas abandonadas
Há uns anos escrevi um texto que se chamava “As Casas Abandonadas”. A Sara Bandarra agarrou nele para o ilustrar.
Durante meses não sabíamos onde ir com este projeto. Seria um livro? Uma instalação? Uma casa? Durante meses trocámos imagens de casas abandonadas. A Sara enviava-me as fachadas de Ílhavo, eu enviava-lhe os buracos de Bruxelas. Janelas partidas, guindastes, paredes esburacadas.
As casas foram surgindo devagar. De repente, percebemos que este livro era uma imagem só. Um livro-acordeão feito de casas e palavras.
Na semana passada imprimimos 20 exemplares, que estão agora à venda na livraria Gigões e Anantes. Obrigada, Sara, por nunca teres abandonado este projeto.
Durante meses não sabíamos onde ir com este projeto. Seria um livro? Uma instalação? Uma casa? Durante meses trocámos imagens de casas abandonadas. A Sara enviava-me as fachadas de Ílhavo, eu enviava-lhe os buracos de Bruxelas. Janelas partidas, guindastes, paredes esburacadas.
As casas foram surgindo devagar. De repente, percebemos que este livro era uma imagem só. Um livro-acordeão feito de casas e palavras.
Na semana passada imprimimos 20 exemplares, que estão agora à venda na livraria Gigões e Anantes. Obrigada, Sara, por nunca teres abandonado este projeto.
quarta-feira, 10 de abril de 2019
sábado, 6 de abril de 2019
Aqui, n’O Palácio da Lua
“Aqui é um bom lugar” a passear-se n’O Palácio da Lua. (Belas fotos!)
https://opalaciodalua.blogspot.com/2019/04/aqui-e-um-bom-lugar.html?m=1
https://opalaciodalua.blogspot.com/2019/04/aqui-e-um-bom-lugar.html?m=1
segunda-feira, 1 de abril de 2019
A revolução em Pontevedra!
Fui e voltei de Pontevedra. Entre ir e voltar, perdi um voo, passei uma noite em Madrid e cheguei ao Salón com um dia de atraso. Acelerei o passo, corri, transpirei. Não havia tempo a perder.
Tudo começou e acabou à volta de uma mesa, numa amena cavaqueira com escritores, ilustradores, professores e leitores, ao sabor de empanadas e tartas de la abuela. No Salón do Livro Infantil e Xuvenil trocaram-se muitas palavras e emoções.
Coisas que me vêm à memória: na conferência de José António Gomes cantou-se a Grândola Vila-Morena. No recital de poesia, o poeta brasileiro Henrique Rodrigues leu um poema lindo sobre a maternidade. No debate sobre revolução e escrita, o poeta galego Carlos Negro falou da inutilidade da poesia. Na sua conferência, Volnei Canonica, mediador de leitura no Brasil, falou da leitura como elemento transformador das sociedades.
No meu encontro com “A Sega”, um clube de leitura feminista, falámos de orientação sexual, sedução e menstruação a propósito da Mary John.
Dei uma oficina de escrita criativa a um grupo de doze mulheres. Porquê só mulheres? Não sei. Talvez a revolução esteja finalmente nas mãos femininas.
Volto de Pontevedra com muita vontade de ler, escrever e revolucionar.
Debaixo do braço trago, entre outras coisas, duas novelas xuvenis de Eva Mejuto e Rosa Aneiros e dois livros de poesia de Carlos Negro e Henrique Rodrigues. E no coração levo as conversas animadas com a Dora Batalim SottoMayor, a Ana Biscaia e o Henrique Rodrigues.
Obrigada, Eva Mejuto! Pelo convite, pelo entusiasmo, pelas boleias e por essa energia tão xuvenil. (Adoro este adjetivo assim, com o “x” galego. ¡Que chulo!)
Foi tão bom. Quero voltar!
Ao lado dos escritores galegos Rosa Aneiros e Carlos Negro a falar de literatura e revolução |
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