segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Lisa Hannigan

Ouçam: no outro dia vi a Lisa Hannigan. Estava mesmo à minha frente, em cima de um palco. Apareceu no escuro a dedilhar a essência das coisas e também a sua guitarra e, durante duas horas, não houve discórdias no mundo. Não houve amuos nem guerras nem fome. Só harmonia e comoção.
Primeiro a guitarra e logo a seguir a sua voz iluminada de criatura mitológica. A dizer qualquer coisa sobre as palavras, que boil away like steam. A cantar que I am empty as a promise. E uma pessoa fica cheia de esperança na vida, na música, na humanidade.
A Lisa Hannigan com o seu ar de elfa solitária. A dizer: I am lonely as a memory. E eu cá tive vontade de verter pieguices pelos olhos e também de escrever pelos dedos.

No final comprei um CD e também um caderninho de apontamentos. Fui para a fila de autógrafos, tirei-lhe fotografias. 
A Lisa escreveu no meu caderno: Happy writing! 
E eu desatei logo a escrever.