Pétalas e picos!🎉
Este nosso livro acaba de entrar no Plano Nacional de Leitura. Fica assim mais próximo das salas de aula, que é onde ele deve estar, parece-me.
Sempre que volto a ele, também eu regresso às minhas salas de aula. Por um lado, volto ao primeiro ano da primária, quando aprendi a ler e a escrever e, por outro, volto às aulas de Linguística na Faculdade de Letras, quando desaprendi a ler e a escrever.
É talvez o meu texto mais teórico ou filosófico (embora não seja teórico nem propriamente filosófico). Fala de coisas, animais, plantas (e tudo o que existe ou já existiu ou poderá existir) e também fala das palavras que nomeiam as coisas, os animais e as plantas (e tudo o que existe ou já existiu ou poderá existir).
A certa altura fala também deste dilema das palavras, que não deixam de ser palavras porque nunca são verdadeiramente as coisas que nomeiam. Ou são?
Por exemplo, uma rosa.🌹
A palavra “rosa” é uma rosa? Podemos cheirar a palavra “rosa”? Podemos oferecê-la a alguém?
O livro é lindo, limpo e vivo graças à Madalena Matoso que, além de linda, limpa e viva, adora divagar.
Esta nossa divagação sobre letras, imagens e gramática tem tudo a ver com os primeiros passos na língua e na existência.
E porque a minha pátria é a minha língua e a minha língua é o meu alfabeto, surpreende-me que as primeiras edições estrangeiras previstas para este livro sejam logo em grego e em coreano (!!!), idiomas que têm um alfabeto completamente diferente do nosso.
Como será a palavra “rosa” em coreano ou em grego? Alguém sabe?
Ei! Já estou a divagar outra vez. Perdoem-me.