Anda aos saltos no bosque. Corre atrás dos pombos. Vai sempre em frente. Eu fico a vê-lo ir.
Ele corre e grita. Nunca olha para trás.
Afasta-se cada vez mais, é cada vez mais pequeno.
Já não corre atrás dos pombos. Corre só por correr.
Chamo-o. Não reage.
Chamo outra vez. Não reage.
O meu filho corre sempre em frente e eu corro atrás dele.
A certa altura tropeça e cai. Fica no chão a chorar.
Eu pego nele ao colo. Ele pára de chorar. Quer ir para o chão outra vez.
Desata novamente a correr. E eu fico a vê-lo ir. O meu filho sempre em frente.
Aos gritos. Às gargalhadas. Aos tombos.
E eu cá atrás. A chamar por ele. A correr atrás dele.
Amor e outono por todo o lado.
E sempre aquela esperança. De que não tropece. De que não caia. De que olhe para trás.