Só nos últimos tempos:
Foi no Parlamento Europeu que se decidiu banir os plásticos de utilização única. Foi no Parlamento Europeu que se pôs fim ao roaming. Foi no Parlamento Europeu que se aprovou o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados. Foi no Parlamento Europeu que se avançou com a ratificação do Acordo de Paris.
A União Europeia existe e funciona. A Europa continua. E olhando para a nossa história recente, estamos muito melhor juntos do que separados.
Esta é a Europa que temos. Quem gosta, deve votar. Quem não gosta, também deve votar.
Amanhã lá estarei para fazer a minha cruz.
sábado, 25 de maio de 2019
sábado, 18 de maio de 2019
“Aqui é um bom lugar” na Revista Blimunda
Que nice! “Aqui é um bom lugar” pousou na Revista Blimunda da Fundação José Saramago.
Crítica de Andreia Brites.
“Como se lê este livro? Fragmentário, com pouca progressão narrativa, avança no tempo, na cronologia e consequentemente na biografia da narradora, Teresa Tristeza (para rimar). Teresa escreve e ilustra, às vezes a si própria, às vezes quem a rodeia, e ainda o espaço. Será este um modelo de diário de uma adolescente no século XXI, quando os adolescentes deixaram de escrever diários? Tem ou não este objeto (aceitando o pacto ficcional) as condições para ser catalogado ou considerado um diário?
Teresa desabafa, comenta, parafraseia e reproduz ditos da mãe, muitos, e outros que ouve por aí. Logo no início do caderno esboça um conjunto de planos a cumprir até ao final do ano letivo, desejavelmente o último da escola secundária. Parece que, pela associação livre de ideias e estímulos que a levam ao texto, Teresa diz pouco. Ao contrário. Apenas o faz por um caminho obtuso, mordaz, irónico, carregado de perspicácia e humor. É aliás nesse tom escrutinador de si própria que se reconhece a voz de Ana Pessoa.
Depois da torrente narrativa da carta de Mary John a Júlio Pirata, provavelmente o melhor livro juvenil português da década, a escritora tinha entre mãos a dura tarefa de manter a identidade, a qualidade literária, a frescura e originalidade. Conseguiu. Aqui há também o mérito da ilustração, da paginação e do próprio design que tornam todas as partes compósitas deste livro num corpo uno: o diário de Teresa Tristeza.
Joana Estrela capta a ironia com que a protagonista se representa pelo texto e logo lhe confere espaços de conforto no sofá, ecrãs que lhe devolvem o reflexo e a nós nos oferecem um retrato. Mais, acrescenta-se-lhe uma voz da imagem, já que a adolescente escreve e desenha. A leitura deste diário segue à letra o sentido de diário gráfico.
O puzzle não está completo, e o que existe basta para acompanhar o 12.o ano de Teresa, saber quem é a sua melhor amiga, descortinar ciúmes, atentar em insatisfações em relação ao seu corpo, comprovar tensões e afetos familiares, acompanhar novas descobertas e intuir, já no dealbar do ano letivo, que talvez paire um encantamento. A certeza da mudança também não fica por dizer.”
A Revista Blimunda #83/84 de abril/maio de 2019 está acessível aqui:
quarta-feira, 15 de maio de 2019
nenhum nenhures algures ninguém
aqui aí adiante além
ali acolá atrás aquém
quase quem aquele alguém
nenhum nenhures algures ninguém
todo tarde tanto quanto
tudo aquilo abaixo quando
quão já qualquer então
tal qual essoutro não
ontem onde outro tão
ora fora agora embora
antes ambos isso outrora
sempre frente entre dentro
como cada nunca nada
logo hoje longe cujo
pouco algum muito fundo
acima ainda cedo assim
certo perto sim jamais
mesmo menos mais demais
sábado, 11 de maio de 2019
Aqui estou
Aponta para cima. Para baixo. Para o lado. “Aqui.”
Aponta com o dedo indicador.
Mão esquerda, mão direita, tanto faz.
Aqui.
Aqui, o pombo, o cão, o céu.
Aqui, campainha, árvore, quadro.
Aqui, teto, porta, pai.
Aqui, noite, colher, bolacha.
Aqui, colo. Aqui, mais. Aqui, água.
Aqui, silêncio, chuva, nada.
Aqui.
Primeira palavra. Primeiro tudo.
Mundo inteiro.
Aqui estou.
Mary John nas sugestões de leitura do PNL
O Plano Nacional de Leitura está a recomendar a "Mary John" como leitura do mês de Maio.
"Melancólico, certeiro na composição de cada personagem, rigorosamente atual na captação dos contextos verbais e não verbais, Mary John é uma obra-prima que pode exemplarmente representar o que significa a catalogação de literatura juvenil."
Aqui todo o texto:
http://pnl2027.gov.pt/np4/maryjohn.html
Uma “obra-prima” em tons de azul, sim?
A Mary John está esgotadinha há vários meses, mas a nova edição deve estar aí a rebentar.
"Melancólico, certeiro na composição de cada personagem, rigorosamente atual na captação dos contextos verbais e não verbais, Mary John é uma obra-prima que pode exemplarmente representar o que significa a catalogação de literatura juvenil."
Aqui todo o texto:
http://pnl2027.gov.pt/np4/maryjohn.html
Uma “obra-prima” em tons de azul, sim?
A Mary John está esgotadinha há vários meses, mas a nova edição deve estar aí a rebentar.
segunda-feira, 6 de maio de 2019
Mãe é mãe
(O dia da mãe é quando uma filha quiser.)
Não é não. Já é já. Mãe é mãe.
A minha mãe de manhã. À tarde. À noite.
A minha mãe na praia. Na cozinha. No shopping.
A minha mãe a cortar tomate. A comer chocolate.
A beber ginjinha. A dançar um sambinha.
A minha mãe contente. Na boa vai ela. A abrir a janela.
A fechar o forno. A secar o cabelo.
A minha mãe no sofá. A falar ao telefone.
Cheia de sono. Cheia de ideias. Cheia de fome.
A minha mãe a fazer coisas. Colares, brincos, pulseiras. Sacos, mantas, quadros.
A minha mãe na feira do artesanato. A lamber um gelado. A cantarolar um fado.
A minha mãe de óculos escuros. A dar mergulhos.
A minha mãe a rir. A dormir. A jogar sueca. A jogar dominó.
A minha mãe no forrobodó.
A baralhar as datas. A baralhar as cartas.
A viver a vida. A rir disto tudo.
A minha mãe rápida. Frenética. Atarefada.
A minha mãe sempre.
Feliz. Triste. Zangada. Concentrada. Como for. Como vier.
A minha mãe. A minha terra. A minha mão.
quinta-feira, 2 de maio de 2019
Mary John “Altamente Recomendável” no Brasil
Vou fazer o pino!
Notícia altamente do Brasil:
A Mary John recebeu o selo "Altamente Recomendável" da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil na categoria "Literatura em Língua Portuguesa".
Todos os anos a FNLIJ seleciona dez livros em várias categorias (criança, jovem, poesia, etc.) com o objetivo de orientar as secretarias de educação, as escolas e as bibliotecas na aquisição de novos livros.
Em tempos sombrios no Brasil e no mundo, fico feliz que este livro tão livre e descascado chegue a mais e mais leitores. Que legal!
A edição brasileira é da SESI-SP.
“A rainha do norte” da Joana Estrela e o “Cá Dentro” das brutalíssimas Isabel Minhós Martins, Maria Manuel Pedrosa e Madalena Matoso, também editados pela SESI-SP, receberam igualmente este selo.
Tau!
Bota selo nisso. Eu curto selos!
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