sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Mary John em Bruxelas

A Mary John chegou ontem a Bruxelas. Aterrou na livraria Librebook e por lá ficou muito bem acompanhada, a bebericar vinho do Porto e a comer pastéis de nata como se não houvesse amanhã.
Obrigada a todos os que vieram dar as boas-vindas à Mary John.
E obrigada ao Pedro Sena-Lino, grande companheiro da escrita e da vida!
Estou de coração abananado.




quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Mary John na RTP

Olhá Mary John na RTP!
A convite do jornalista Carlos Pereira, a Mary John passou pelo programa "A hora dos portugueses", que dá voz e cor aos portugueses espalhados pelo mundo. Nos últimos quatro minutos deste episódio lá estou eu com a Mary John e também com a Karateca: http://www.rtp.pt/play/p3041/e273736/hora-dos-portugueses-diario
O programa foi filmado na Librebook, uma livraria multilingue em Bruxelas que combina livros em mais de vinte línguas com vinho tinto e bom café.
O jornalista Carlos Pereira, grande fazedor de numerosas coisas, assegurou a filmagem, a edição, a entrevista, a narração e sei lá mais o quê.
Foi uma bela hora em português!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

O génio da gargalhada

Era um bom dia para a tristeza. As nuvens largadas num pranto, o sol nem vê-lo, mas afinal ainda dei umas gargalhadas magníficas, porque me pus a ler o livro do Ricardo Araújo Pereira.

O riso espanta quase sempre o negrume. É o que nos vale.


Na sua espécie de manual de escrita humorística, Ricardo Araújo Pereira fala-nos precisamente disto: do humor que suaviza. Do riso que consola.

Somos quase todos uma cambada de tristes e, por acaso, isso tem bastante piada.

Aquelas pessoas felizes até são bonitas, mas não são nada cómicas. A bem dizer, são extremamente chatas. "As coisas boas", diz-nos Ricardo Araújo Pereira, "não dão vontade de rir".

Os hipócritas e os hipocondríacos têm muito mais graça. Os aldrabões e impostores também. Talvez por isso o Trump nos dê tanta vontade de rir. Nas palavras de Ricardo Araújo Pereira: "O humor pode ser, então, uma estratégia para reagir ao sofrimento". Nem mais.

Mas não só de lamúria se faz uma gargalhada.

De Aristóteles a Chico Buarque, passando por Shakespeare, Fernando Pessoa e Seinfeld, Ricardo Araújo Pereira vai ilustrando os vários tipos de humor: o riso provocado pelo escárnio, pela imitação, pela caricatura, pela repetição.

Também nos partimos a rir perante a morte, essa piadinha de mau gosto. Estamos condenados ao desaparecimento desde que nascemos. Ainda assim, é possível rir da tragédia. Rimo-nos da morte para não sentirmos miúfa, porque "o riso subverte o medo", nem que seja durante uns segundos.

Em todos estes casos, o génio da gargalhada será sempre o humorista. É ele que atraiçoa e dissimula. Brinca com as nossas expectativas. Surpreende-nos com graça precisamente porque nos engana. O humorista é o ilusionista intelectual. Vira o mundo do avesso, desafia a moral, provoca a desordem. Mostra-nos as nossas próprias incoerências e contradições, põe o dedo na ferida. O humorista é o observador privilegiado. É o revolucionário ligeiramente louco.

Mais do que um manual de escrita humorística, este livro parece ser uma declaração de intenções. "Talvez todas as manobras humorísticas tenham como objetivo introduzir um elemento de caos no mundo".

Venha a nós o Ricardo Araújo Pereira.

Nunca precisámos tanto de rir. Virando as coisas do avesso, talvez seja possível encontrar um sentido na falta de sentido.

A vida, por vezes, tem um humor um bocado negro. E já se sabe que rir é o melhor remédio.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O que é que o cu tem a ver com as calças?

"O nosso reino" deixou de estar recomendado para adolescentes porque inclui palavras como "puta", "racha", "foder", "pila" e "cu".

Ocorre-me perguntar: O que é que o cu tem a ver com as calças?

O Plano Nacional de Leitura, "que tem como objetivo central elevar os níveis de literacia dos portugueses", decidiu que não se deve estimular a capacidade de leitura e escrita dos adolescentes com palavrões.

Receio que o resultado desta decisão seja precisamente esse: estimular os adolescentes devassos rumo a esse grande deboche que é a leitura.

Receio também que o Plano Nacional de Leitura esteja perfeitamente ciente deste efeito perverso.
Ora, isto permite-me concluir que o Plano Nacional de Leitura é um grande depravado.

Eu, pelo menos, já estou para aqui bastante estimulada.


Durante as últimas 24 horas estava convencida de que não tinha o livro cá em casa, mas agora olhei ali para a estante e afinal tenho, caralho!

O meu pipi arde de entusiasmo.

Vai ser a puta da leitura.