quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

mãos grandes e inseguras

Quatro poemas:
da esquerda para a direita, 
coluna da direita,
coluna do meio
coluna da esquerda.


mãos
grandes e inseguras
unhas
curvilíneas

sempre
o medo da folha   
branca e vazia
como um princípio

a ponta da vontade


pega na folha
com o final dos dedos

linhas ilegíveis e tremeluzentes

como um princípio
no final
dos dedos 
e não
na folha branca e vazia

dobra a folha ao meio

contempla

é agora metade de si própria

dobra
as pontas
da folha
com a ponta
dos dedos

e é agora uma outra coisa

um avião

o final
dos dedos
não acaba