Serão poucas as pessoas que gostam destes bichos.
Temos em geral um certo fascínio pela cigarra fadista e pelo gafanhoto intelectual; somos mega fãs de borboletas, bichos de conta, joaninhas; nutrimos respeitinho pelas abelhas, que conhecem a receita secreta da geleia real e parecem ser fundamentais para aguentar isto tudo.
Mas dificilmente um ser humano sentirá carinho por traças, vespas, mosquitos e percevejos. A maioria destes animais tem patas, asas, antenas e cabeças estranhíssimas. Os seus queridos filhos são larvas. Voam aos ziguezagues. Comem-se uns aos outros. Alguns andam aos saltos. Muitos são noturnos. Podem ser semitransparentes ou até pretos, amarelos, verdes fluorescente. Podem ter pintinhas, risquinhas, línguas, pelos e ferrões. Fazem buracos na terra. Fazem barulhos esquisitos.
Enfim.
Tanto eu como a Catarina Gomes somos das que fogem das abelhas, das melgas, das baratas e das aranhas. Não sei porquê, certa vez escrevi um texto que fala, mais ou menos, destes bicharocos. Mas calhou à pobre Catarina ter de enfrentar os seus medos e desenhar asas, antenas e patinhas. Como podem ver, foi não só corajosa, como bastante engenhosa, porque os bichos que andam neste livro acabaram por ficar bem fofinhos.
Seguem-se alguns esboços e desenhos finais do nosso “Alguém”!
Bzz Bzz. Zum zum. Cri cri.