sexta-feira, 24 de maio de 2013

E agora...

E agora,  além de ser sexta-feira à tarde, que já é uma coisa boa, acontecia uma outra coisa muito melhor. Por exemplo, eu estava aqui muito bem neste gabinete a fazer assim no teclado e de súbito começava um tremidinho de terra de fazer mexer os copos de água e via-se um raio de luz no céu ou então na terra - não dava para perceber bem porque era assim de repente - e depois aparecia uma coisa a romper as nuvens, tipo um meteoro ou uma estrela cadente ou um foguetão ao contrário, e ouvia-se uma explosão, CATAPUM!, só que não morria ninguém e também não havia feridos, era uma explosão inofensiva e o meteoro nem era um meteoro, era uma coisa que nem sequer estava bem a cair, estava a aterrar, mas assim em descontrolo, e não era bem uma nave espacial, era uma geringonça descontrolada de voar por aí às cambalhotas, e lá dentro estava um mágico de lacinho na garganta ou então um bicho esquisito mas fofinho ao mesmo tempo de andar assim aos pulos ou então uma palmeira muito magra e muito alta que sabia cantar e tudo, e a geringonça até era pequenina, tipo um Smart de andar no Espaço, só que era grande ao mesmo tempo, porque tinha muitas coisas lá dentro, e parecia uma coisa muito nova, mas na verdade era muito antiga, só que o material era tão bom que não envelhecia, e ninguém sabia muito bem o que era aquilo, nem mesmo o mágico de lacinho ou o bicho esquisito e fofinho ou a palmeira de cantar, era uma geringonça que aterrava assim em qualquer lado, out of the blue, e seria precisamente azul e quem quisesse podia andar nela, era só abrir a porta e entrar, e a geringonça servia para viajar no tempo e no espaço e também para viajar dentro da cabeça, por isso era uma máquina que dava perfeitamente para alterar a história do universo, incluindo o Big Bang, e também a nossa própria memória, o que daria imenso jeito para mudar de cenário e de mentalidade. Mas se nada disto acontecer hoje ao final do dia, se não houver tremidinho de terra nem geringonça de andar por aí, também dá para ver um episódio do Doctor Who, porque o Doctor Who muda de tempo e de espaço e, por acaso, também usa lacinho e é esquisito e fofinho ao mesmo tempo. A música do genérico, por exemplo, transporta-nos logo para outro lado. Se não der para ver o Doctor Who por isto ou por aquilo, a hipótese seguinte é ir para os copos. Também serve. Mas neste caso, a geringonça de voar por aí às cambalhotas somos nós.