segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Da Sinonímia

A Sinonímia era uma menina alegre, o que não quer dizer que fosse feliz ou afortunada. Na verdade, tivera uma infância triste, e não propriamente uma infância dura ou fúnebre. A Sinonímia sorria muito porque era nervosa, o que não quer dizer que fosse agitada ou enérgica. Por causa disso ou apesar disso, a Sinonímia comia muito, o que não queria dizer que dilacerasse a comida ou desfrutasse dela. A Sinonímia era feia, o que não quer dizer que fosse repugnante, era só feia. Usava um par de óculos monumental e não sumptuoso ou magnífico. A Sinonímia não era boa aluna, o que não quer dizer que fosse má. Era uma menina muito preguiçosa, o que não significa que fosse lenta ou frouxa, pelo contrário: era veloz e activa. A Sinonímia aprendeu a tocar piano, o que não quer dizer que compreendesse alguma coisa de música. A Sinonímia não fazia propriamente amigos, o que não quer dizer que a Sinonímia não fosse uma pessoa amigável. No entanto, era uma pessoa apoucada, o que não significa que fosse estúpida. Falava muito, o que não quer dizer que conversasse. Tendia a ser uma pessoa compreensiva, o que não quer dizer que fosse inteligente. A Sinonímia era, como todas as outras pessoas, única.
O que não quer dizer que fosse excepcional ou incomparável. Pelo contrário.